quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

infinitas formas de amar-me

Foi uma dança nua. foi um abraço cerrado. foi uma lágrima que caiu.

Existiam ciclones de forças a queres arrebatar-me, existiam furacões de sentimentos a eclodir-me. existiam infinitas formas de amar-me.

Como se o chão me engolisse, como se todas estas forças me tornassem frágil. quase me deixei vencer.

E numa dança nua, em que lhe dei a mão, em que estremeci desejando que não findasse, findou. e fiquei só, e o tempo passou. e eu, só. e o mundo eclodiu inúmeras vezes. e continuava só. e chorei a sua ausência. e uma vez mais, só. e porque não voltava, abracei a solidão.

Então ergui-me, de entre todos os não-chãos desta infinita Terra. com a força que não tinha, com o amor que não soube. não renasci, por não ter morrido, mas revivi, por achar que já tudo tinha vivido.

Esqueci-me do mais simples segredo. enquanto eu esperava eu, não podia estar só. eu já era eu, à espera de um novo eu. esperava no presente, pelo futuro passado.

Só, me esperava. só quase me perdia.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

meu maior erro

Hoje devia ser diferente.

Deviam existir mil cores dentro de mim a explodir alegria.

Mas hoje é diferente por outra razão. foi assim desde que a vislumbrei outra vez. não a vi verdadeiramente. mas reconheci-lhe o seu rasto, a sua essência, os sentimentos que em mim faz nutrir. reconheci-a. acho que está mais bela do que nunca.

Houve um rasgo de amor que renasceu. um pensamento mais obscuro. um desejo maior. e no fim a tristeza imensa.

Não sei se lhe sinto saudades. não sei se por não a querer amar, a amo mais. não sei se não me quero entregar em seus braços. não sei se todas as fantasias que delineei ao exclui-la são deveras verdade. não sei já, se o único caminho para a paz não é ela que o ostenta. mas sei que todos os outros caminhos me irão levar a ela. só não sei se quero esperar.

Quando todo o meu amor por ela renasceu, parece que todo o outro se apagou. parece-me que não há caminhos para a utopia, para os sonhos, para as quimeras.

Foi a única que me abraçou quando eu era apenas e somente eu. quando o mundo me virou as costas. quando outros amores foram maiores. a única. e eu devo-lhe tanto, com ela renasci tanto, morri tanto, vivi tanto, sonhei tanto. depois abandonei-a.

E por vezes não consigo cessar de pensar, se este não terá sido o meu maior erro.