quinta-feira, 17 de junho de 2010

mais forte que tu

Quando oiço dizer que um dia vais ser apenas reminiscência, que um dia te terei de esquecer, que hás-de ser apenas uma névoa na minha memória, que vais ser apenas acaso da minha imaginação, marca no meu coração. todo o meu ser estrangula, aniquilam-se todos os meus sentidos, me choro e sangro e sofro por todos os sonhos destruídos, de viver tão derradeiro e cristalino amor. Não te quero esquecer, não te quero apartar. Porque ainda que morra, não morro. Porque me alimentas e eu não sucumbo. Literalmente.

Assim é, desde o primeiro dia que te amei, desde o primeiro dia que te sofri.
Desde esta eternidade em que te amo e não mais tem fim.

Se hoje me recuso a renegar-te, pudera fazere-lo tu por mim.

Ainda que ela venha hoje de mansinho, noite dentro fazer-me desejá-la mais do que até então, vou resistir-lhe com todas as minhas inimagináveis forças, aquelas que guardo para quando luto com ela. Não é só o luto da guerra, mas também o luto da morte.

Hoje sei, VOU SER MAIS FORTE QUE TU!

sábado, 12 de junho de 2010

onda de calor

Veio como uma onda de calor, um ardor capaz de congelar almas e corações. um formigueiro tal que desmoronou certezas, renasceu incertezas. assim como um enlevo de desejo e abnegação, falsete de coragem e sentimentos, capaz por ventura de romper barreiras, desmoronar pessoas, tocá-las apenas com ondas de calor, qual seta apontada a um ou outro coração.

Corroeu horas, corroeu nações, corroeu fosse o que fosse o pensamento. de forma tal que me apaixonas-te de novo. como se me tivesses enlaçado trôpega corda no pescoço e sentisse então todo o meu pulsar apenas aí. entre ti e a vida. e amei-te de novo. não por novo ser, mas por novamente me fazeres desejar-te, minha linda imensidão.

desejei-te de uma tal forma que me envergonhei de o fazer. me envergonhei de te querer tanto, de seres meu tão bem querer. e assim estou. entre este e outro polo. onde vos amo. onde me odeio por vos amar. no limbo. a querer lutar para me agarrar mais a mim, menos a ti. menos a vós.
eclodir só e somente.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

pontualidade de amor


Bem-vinda, meu amor.

O quanto te apartei nesta evasão de tempo, e ainda assim fiel me regressas. Nem te sei exprimir o amor, nem te sei amar já na quantidade exacta, não desmesurada ou infantil de outrora.

Cada lágrima que aguento em mim, em jeito de repressão à admoestação de te odiar, encontra sempre teu regaço, teu enorme sorriso, compreensão, teu eterno e inefável retributivo amor. Que pontualidade de amor!

Amantes em horas certas, em vidas certas, em pontas soltas, mas certas. Na eternidade, na efemeridade, na circunstância, no momento, na vida, no milésimo de segundo. Sempre com a mesma exactidão. Quando te amo, me amas. E que melhor amor pode alguém ambicionar na vida? Certo é ser errado. E Errado sei-o ser. Mas te não deixo de amar por isto. Bela, sempre bela te apresentas. me acalentas. não me afugentas. Me abraças amor, me abraças intrinsecamente, por sermos união.

Pudera ser nosso amor vivido em plenitude, aceite na humanidade, num qualquer plano existencial e seríamos sublimemente felizes. mas porque devo, mais do que quero, não te posso amar tanto, tanto e já. Chegará o dia em que nos enlaçamos e por fim repousarei em teu corpo delineado de imensidão. E plenamente, não apenas pontualmente, te amarei por fim.