quarta-feira, 13 de outubro de 2010

até já

Insinua-se delicodoce, sua beleza reflecte-se por onde passa, não é só ninfa, é uma aura que flutua brilhante espalhando seu alento amor e desamor, onde quer que passe.
É trepidante a quantia de sentimentos que explodem em mim cada vez que a sinto regressar-me. No fim de a amar tantas vezes, de nos amarmos vezes sem fim, esfuma-se levemente abandonando-me, roçando o meu rosto numa despedida embevecida com um toque de tristeza e um beijo apaixonado. Deste ensejo, armar-me-ei com todas as forças do mundo, reunirei todos os enlevos com que me deixou, e vê-la-ei partir. Aconchego as lágrimas do coração, nos olhos. Trespassa-me a dor que não sinto, não consigo sentir ainda, de tão derradeira vai ser. Como ser forte sem ti, minha imensidão.

Despojei-me dos mais nobres sentimentos que a sua alma gémea suscita, ao amar uma irmã desamei a outra. E findado o tempo dos amores, restam a dor, as lágrimas, a dor atroz, o sofrimento, a solidão. Os resquícios de paixão somente.
Há um tempo limite, dizem os entendidos felizes do amor, para guardar memórias e embalar o desamor. E eu que te embalo, todas as vezes em que te deixo ir, com a fé cega que é porventura a última vez. Agora, digo-te até já.
Alimento-me entretanto de um outro amor, daqueles que nos aconchegam o coração quando sonhamos e, nos trespassam flechas na carne quando tentamos trazê-lo à realidade. Enquanto não magoa mais ninguém, no meu íntimo faz bem. E mais um outro que platónico, me alimenta de paixão, a sua beleza, a sua voz, a sua melodia e mais que tudo a sua companhia. Simples.

E pesa-me menos não te amar tanto hoje. Talvez amanhã.

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